Alça ligará Belo Horizonte a Nova Lima
A construção de um viaduto ligando a BR–356, logo após o BH Shopping, na região do bairro Belvedere, à MG–030, em Nova Lima, pretende desafogar o trânsito da região. A promessa é retirar, por dia, 36 mil veículos que, para chegar até os condomínios da cidade da região metropolitana, precisam passar por dentro do bairro ou se deslocar até o retorno que fica no entroncamento com a BR–040. O recurso de R$ 13 milhões para o novo viaduto foi garantido ontem por meio de um convênio assinado entre o governo do Estado e a Prefeitura de Belo Horizonte.
Mas, na avaliação de consultores em trânsito e de associações de moradores da região, as obras chegam com pelo menos dez anos de atraso. Elas fazem parte do planejamento do Complexo Viário do Portal Sul – projetado em 2003 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em parceria com uma construtora da região como forma de compensar os impactos causados por empreendimentos imobiliários. “Se a intervenção for executada como planejada, ela já está com um atraso de uma década. Ela representava um alívio para o trânsito, segundo o plano da época, para até 2015”, explica Walmir Braga, presidente da Frente do Vetor Sul, entidade formada pelas associações de moradores dos bairros Belvedere e Vale dos Cristais. Para o professor de Engenharia de Transportes e Trânsito da Universidade Fumec, Márcio Aguiar, o atraso para dar o pontapé inicial nas obras contribuiu para agravar os problemas no tráfego. “O que precisamos é de um planejamento de longo prazo que seja executado no tempo certo. Mas o que se tem ali é um planejamento curativo para resolver a demanda excessiva de carros diante de uma ocupação do solo desordenada”, critica. Aguiar ainda ressalta que o retorno no entroncamento com a BR–040, próximo ao bairro Olhos d’Água, está saturado e também deve ser considerado prioridade dentro dos planos do governo para o vetor Sul. A previsão da prefeitura é que as obras comecem em novembro, mas o cronograma ainda não está fechado. “Deve durar de oito a 14 meses”, afirma o prefeito Marcio Lacerda. O professor Márcio Aguiar também critica o prazo estabelecido. “Obras viárias exigem escavações e movimentações de terra que não devem ser feitas na época de chuva”, diz. Intervenção. Além do viaduto no sentido capital/Nova Lima, o projeto também previa um segundo viaduto ligando a MG–030 ao Anel Rodoviário. Entretanto, ainda não há previsão para ele sair do papel. “Eu não sei. Ainda não estudamos esse viaduto, já que não havia recursos disponíveis para ele nesse momento”, alega o prefeito Lacerda. RDC para o Anel agrada a Anastasia Durante o evento de ontem, o governador Antonio Anastasia demonstrou que aprova a ideia de adotar o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para agilizar a revitalização do Anel Rodoviário, na capital. Na edição de ontem, O TEMPO adiantou que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) vinha analisando a proposta e que Anastasia seria convidado para uma reunião em Brasília com o objetivo de discutir o assunto. “Eu não recebi o convite, mas é claro que estou aberto ao interesse maior que são as obras do Anel e que elas andem rápido. A questão do regime diferenciado é uma possibilidade”, afirmou Anastasia.