A um passo de sair do papel


Dnit abre as propostas para os primeiros cinco lotes da duplicação da estrada. Somados os valores mais baixos apresentados até agora, custo da obra já chega a quase R$ 900 milhões

Apenas no ano passado, ocorreram 2.564 acidentes na rodovia com 124 mortos e 1.779 feridos

O trecho de 303 quilômetros entre Belo Horizonte e Governador Valadares, na Região Leste de Minas, a chamada Rodovia da Morte, pode ter começado a perder o triste apelido. E a passar a conta de quanto isso vai custar. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) abriu ontem as propostas da licitação para as obras em cinco dos 11 lotes previstos para serem duplicados no trajeto entre as duas cidades. Somados os valores mínimos das propostas apresentadas até o momento, a obra vai exigir investimento de R$ 887,3 milhões. Hoje serão conhecidos os preços para mais dois lotes. A divulgação das últimas quatro propostas está marcada para segunda-feira. O projeto do Dnit prevê, além da duplicação do trecho, a construção de 99 túneis, pontes e viadutos. O valor a ser gasto pelo governo federal, no entanto, pode ser bem mais alto. Conforme as regras da licitação, o vencedor da disputa é conhecido com a soma das notas que recebe pelo total que pretende gastar no projeto (quanto mais baixo o orçamento apresentado, maior a nota) e a alcançada com a proposta técnica que apresenta, detalhando como pretende realizar o serviço. Na prática, portanto, a empresa ou consórcio que apresentar o menor preço pode perder a disputa para uma proposta de valor mais elevado. A expectativa é de que os vencedores da licitação sejam conhecidos em um mês. No ano passado foram registrados 2.564 acidentes na BR-381 no trecho entre a capital e Governador Valadares, com 124 mortos e 1.779 feridos. Nas propostas abertas ontem, o consórcio hispânico-brasileiro, formado pelas empresas Isolux, Corsan e Engevix, apresentou os valores mais em conta para três lotes. O Lote 1, entre o entroncamento da BR-116, em Governador Valadares, e o entroncamento para Belo Oriente com 72,8 quilômetros, o Lote 2, que segue até a MG-320, no acesso para Jaguaraçu, com 60,2 quilômetros, e o Lote 3, a continuação da rodovia até o Ribeirão Prainha, com 28,6 quilômetros. Os valores apresentados foram de, respectivamente, R$ 210,8 milhões, R$ 237 milhões e R$ 298,3 milhões. O prazo para conclusão das obras é de dois anos, dois meses e 10 dias para os lotes 1 e 2, e de três anos dois meses e 15 dias para o Lote 3. Para o Lote 1, além do consórcio que apresentou o preço mais baixo, outros cinco grupos de empresas entraram com propostas. A mais cara foi a do Hap/Parsons (CT Main)/Convap/Planex, com R$ 523,5 milhões. A empresa também ficou em último lugar no segundo e terceiro lotes, com R$ 562,1 milhões e R$ 622,9 milhões, respectivamente. O edital da licitação, que tem o número 165/13, foi publicado em 28 de março. O valor mínimo a ser gasto pelo governo federal até o momento só poderá sofrer alteração, para baixo, por causa do Lote 4 da licitação, que prevê a construção de túneis na região do Rio Piracicaba. O Dnit registrou os valores recebidos, mas vai convocar o consórcio que ofereceu a proposta com menor valor para discutir redução no preço. A chamada para renegociação acontece quando o preço máximo que o governo pretende pagar pela obra não é alcançado. A proposta mais barata para o lote foi apresentada pelo consórcio J.Dantas/Sotepa, R$ 64,6 milhões. Caso o grupo não reduza o valor, o segundo colocado será convocado para renegociação e assim sucessivamente. Quatro empresas participaram da disputa para realização da obra. Vencedor de três dos cinco lotes, o consórcio Isolux, Corsan e Engevix ficou em último lugar na disputa pelo Lote 5, que também prevê a construção de túneis, próximos à cidade de Antônio Dias. O grupo apresentou proposta de R$ 184 milhões. Quatro consórcios participaram da disputa. O menor preço foi apresentado pelas empresas Toniollo, Busnello e GP Consultoria, R$ 76,6 milhões.

Fonte: Jornal Estado de Minas

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