A importância do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil e no abastecimento urbano e os riscos das restrições de tráfego


Apesar de a economia brasileira ser bastante dependente do transporte rodoviário de cargas (TRC), diversos órgãos ainda teimam em restringir o tráfego desses veículos de forma indiscriminada. Para se ter uma idéia, 60% da carga no Brasil é transportada por 1,2 milhão caminhoneiros registrados na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e mais 130 mil empresas de transporte rodoviário, com cerca de 1,6 milhão veículos segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Esse universo do transporte rodoviário de cargas (TRC) constitui o único modal a levar até as mãos dos consumidores bens essenciais de consumo e até às indústrias os insumos para a produção de bens de valor agregado, que por sua vez também chegam ao consumidor final via caminhões. Logo, não pode haver no Brasil uma legislação, mesmo que temporária e baseada em eventos especiais que impeça a circulação desses veículos ao ponto de culminar no não abastecimento das cidades.

Por essa razão, a Federação e o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg e Setcemg) estão mobilizados para programar um trânsito seguro e viável economicamente para a circulação de caminhões no período em que Belo Horizonte irá receber os seis jogos da Copa do Mundo FIFA 2014.

Junho e julho serão meses atípicos para o setor de transporte. O sonho de todo o setor é obter a linearidade das operações, para que estes meses sejam considerados menos tumultuosos. Sabemos que a FIFA impõe suas restrições de segurança, principalmente para o transporte de produtos perigosos: combustível, gases, entre outros. Mas, desde a Copa das Confederações lutamos para planejar de forma eficiente o tráfego de caminhões.

Além disso, desde dezembro do ano passado, participamos de reuniões e debates com os órgãos públicos e, em especial, com a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) para elaborar um plano de ação positivo tanto para a cidade quanto para os turistas. Também estamos buscando informações com outros países que vivenciaram grandes eventos como Torneios Mundiais e Olimpíadas para termos uma base consistente na elaboração dos projetos. Participamos de uma vídeo-conferência para absorver a experiência da logística de abastecimento de Londres durante os Jogos Olímpicos 2012. Caminhamos para a finalização desse plano de mobilidade para a Copa e estamos confiantes nos seus resultados.

Sérgio Pedrosa Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais