Transportadores rodoviários esperam menor crescimento da economia em 2012


Sondagem da CNT identifica as expectativas e percepções do setor empresarial em relação aos rumos econômicos do país.

Empresários do transporte rodoviário estão preocupados com os rumos da atividade do setor em 2012. De acordo com a sondagem realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada na quarta-feira (26/9), 51,1% dos entrevistados esperam uma redução do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Em março, mês da primeira pesquisa, a taxa era de apenas 8,7%. Metade dos transportadores acredita que os índices de inflação devem aumentar em 2012. O resultado é mais pessimista que o da primeira consulta, quando 38,4% acreditavam que a taxa de inflação seria mais elevada. Para a CNT, um cenário de baixo dinamismo econômico e elevação no nível geral de preços pode acarretar redução de receitas e aumento de custos, inclusive para o setor de transporte. A segunda fase do levantamento da CNT revela as expectativas econômicas dos transportadores rodoviários no segundo semestre de 2012. Durante o mês de agosto, dirigentes de empresas de transporte de cargas e transporte de passageiros urbanos ou rodoviários responderam a um questionário que identifica as percepções em relação à economia do país. De acordo com o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, o objetivo do trabalho é, mais uma vez, cumprir com o relevante papel da entidade de elaborar análises, estudos e pesquisas voltados à melhoria das condições da atividade transportadora brasileira. Sobre as principais atividades ligadas ao setor, a maioria dos transportadores acredita na redução da receita bruta (41,1%), número de viagens (44,4%) e volume de carga e quantidade de passageiros transportados (38,9%). No primeiro semestre, por exemplo, 57,8% dos entrevistados apostavam no aumento da receita bruta em 2012, número que baixou para 24,4% após seis meses. Sobre a contratação formal de empregos, aumentou para 31,1% a parcela dos que acreditam na redução da oferta de novas vagas de trabalho – em março, a taxa era de 16,6%. Também aumentou o número de transportadores que acredita em uma elevação no custo dos insumos. Para 84,4% deve aumentar o preço do diesel, 85,6% esperam elevação em lubrificantes e 77,8% apostam em preços mais altos para pneus. Em março, a sondagem da CNT revelou que as taxas eram de, respectivamente, 60,2%; 68,5%; e 73,4%. O percentual de entrevistados que avalia que a crise econômica internacional afetará o Brasil subiu de 84,4% para 91,1%, em comparação com o primeiro semestre. Além disso, 87,9% dos empresários afirmam que a crise deve ter um impacto alto ou moderado sobre a economia nacional. No levantamento anterior, o índice era de 77,0%. Investimentos na atividade Segundo a pesquisa, os transportadores esperam manter o nível de investimentos na atividade este ano. Para 61,1%, a expectativa é de manutenção do tamanho da frota. Mais de 64% têm a expectativa de manter a abrangência geográfica do negócio e pouco mais de 75% devem continuar com as mesmas instalações físicas, sem ampliação. No caso dos juros, 44,4% dos entrevistados disseram que eles devem ficar estáveis em 2012 – em março, o índice era de 29,8%. No início do ano, a maioria dos entrevistados – 34,9% - acreditava na elevação das taxas. O percentual baixou para 20% em setembro. A redução da taxa de juros beneficia os transportadores porque diminui os custos com veículos, capital de giro e empréstimos para ampliação de instalações. Os recursos financeiros que sobram podem ser direcionados, por exemplo, em investimentos com sistemas de controle e gerenciamento ou treinamento de pessoal. Cenário econômico A segunda fase da sondagem da CNT reflete as mudanças no cenário econômico nacional e internacional ao longo do ano. Mas, apesar de a maioria dos transportadores esperar uma redução no crescimento da economia e enfrentar uma redução no aporte de recursos públicos em infraestrutura, a pesquisa revela que os empresários pretendem manter investimentos, o que é benéfico para o país e traz efeitos positivos para outros setores. Fonte: CNT / Rosalvo Streit