Força-tarefa nas rodovias


Grupo Técnico de Trabalho de Segurança Logística reuniu-se para discutir aumento da demanda no setor e medidas de segurança para transportadores

 

O crescimento da demanda por transporte de mercadorias no fim do ano e a constante insegurança nas rodovias brasileiras foram os assuntos norteadores da última reunião do Grupo Técnico de Trabalho de Segurança Logística (GT Segurança) do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), realizada na sede do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado, em Belo Horizonte, no mês de novembro.

“As propostas apresentadas foram o aumento da fiscalização nas rodovias dentro da região metropolitana e a intensificação das investigações da Polícia Civil de acordo com as demandas que ocorrem nesta época”, informa o assessor de segurança da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais (Fetcemg) e coordenador do GT Segurança, Ivanildo Manuel dos Santos.

“Atualmente, os trechos em Minas considerados mais perigosos para os transportadores são os da BR-381, entre a capital e João Monlevade, e, no sentido contrário, da serra de Igarapé até Itaguara, ambos na região Central de Minas, além de depois de Pouso Alegre, já quase na divisa com São Paulo, no Sul do Estado. Também são apontados trechos da BR-040, de Sete Lagoas a Felixlândia, na região Central, e de Congonhas do Campo a Barbacena; na Zona da Mata, e da BR-262, de Juatuba a Nova Serrana e no alto da serra de Luz, na região Centro-Oeste de Minas.

No ranking de produtos mais visados pelos ladrões aparecem os alimentícios, os eletroeletrônicos, os combustíveis e os cigarros. “Esses são os cruciais. Na sequência, vêm os caminhões dos Correios, que são roubados todos os dias”, diz o coordenador do grupo.

Embora o cenário ainda seja crítico para o segmento, Santos aponta melhorias já conquistadas por meio de ações orquestradas pelo GT Segurança – como a criação do projeto Carga Segura – aliadas às prisões de várias quadrilhas especializadas nesse tipo de crime. Segundo ele, de junho a outubro deste ano, houve redução de 22% nos roubos de cargas na região metropolitana na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto em outras regiões as estatísticas mantiveram-se estáveis.

EXPECTATIVA

Seguindo o caminho contrário, as projeções de procura por serviços de entrega devem crescer até o fim de dezembro por conta das festividades da época. Para 2017, é estimado um aumento de 15% a 20% na demanda por transporte de mercadorias, conforme apontado pelo representante da Fetcemg.

O aspecto que parece positivo, no entanto, acaba esbarrando, mais uma vez, no quesito insegurança, mas o coordenador do grupo prefere manter o otimismo. “Acredito que, com o trabalho das polícias e com a ação em alguns pontos, os roubos poderão até acontecer, mas não com a mesma intensidade com que ocorreram em anos anteriores, até mesmo porque as forças policiais estão com foco na prevenção”, pontua ele.

SEGURANÇA EM PAUTA O GT

Segurança foi criado há aproximadamente cinco anos e atuava de acordo com a demanda dos integrantes. “Em janeiro de 2016, ele passou a ter um trabalho efetivo, mês a mês”, explica Santos. Mensalmente, empresários do transporte rodoviário de cargas, gestores de segurança das empresas associadas ao Setcemg, policiais militares, civis, federais e rodoviários federais, embarcadores, gerenciadores de risco e representantes da Secretaria de Estado de Administração Prisional se reúnem para discutir medidas de melhoria do setor em Minas.

A proposta do grupo para o início de fevereiro de 2018, quando os trabalhos deverão ser retomados, é intensificar as operações e o cronograma de reuniões para que novas demandas sejam apresentadas e para que surjam mais propostas de como atendê-las. “E, para que o GT Segurança auxilie as forças policiais com informações, a fim de que elas possam atuar dentro dos pontos piores – os quais talvez não sejam vistos como críticos – e planejar ações”, conclui Santos.

Fonte: Revista entrevias