O secretário-geral da OIE (Organização Internacional dos Empregadores), Roberto Suárez, se reuniu com o presidente Vander Costa e a Diretoria do Sistema Transporte nesta quarta-feira (24). O encontro ocorreu na unidade operacional do SEST SENAT de Samambaia, no Distrito Federal. Na oportunidade, o representante da OIE foi apresentado a projetos da CNT (Confederação Nacional do Transporte), do SEST SENAT e do ITL (Instituto de Transporte e Logística) e conheceu as instalações da unidade.

“A CNT é membro da OIE desde 2016. Nessa condição, tem a importante missão de representar os empregadores nas conferências anuais da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Desde o início, somos uma voz em favor da capacitação profissional, da melhoria da produtividade, da segurança no ambiente laboral e da sustentabilidade das empresas brasileiras”, resumiu o presidente Vander Costa na abertura da reunião.

O presidente lembrou, ainda, que o arcabouço legal trabalhista do país é um dos mais completos do mundo. “Nossos trabalhadores têm seus direitos garantidos; e o Sistema Transporte é um aliado nessas conquistas. Porém, não nos descuidamos das empresas. A partir daí, surge a nossa preocupação com o desenvolvimento econômico, pois o que queremos é gerar empregos”, asseverou.

Roberto Suárez agradeceu a recepção e disse ter ficado “verdadeiramente impressionado com a atuação do Sistema Transporte”. “O mais importante, em visitas como esta, é estar próximo à realidade e conhecer os desafios enfrentados pelo Brasil. É um exercício constante de ‘furar a bolha’ e entender como vocês navegam nesse cenário (de transformação do mundo do trabalho), que não é fácil. Nesse sentido, o papel da OIE é buscar influir na construção política e manter o diálogo com interlocutores independentes e representativos, como é o caso da CNT”, afirmou. 

Durante a conversa, foram abordadas particularidades da estrutura sindical brasileira, posicionamentos do Sistema Transporte, dados de atendimentos em capacitação e saúde e temas trabalhistas diversos. As apresentações foram conduzidas por Valter Souza, diretor de Relações Institucionais da CNT; Bruno Batista, diretor executivo da CNT; Eliana Costa, diretora adjunta do ITL; e Nicole Goulart, diretora executiva nacional do SEST SENAT. Acompanharam a reunião Frederico Toledo, gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais da CNT; e Thiago Ticchetti, assessor da Diretoria de Relações Institucionais.

Também participou do encontro o presidente do Conselho Regional do SEST SENAT do Centro-Oeste, Paulo Lustosa, que preside a Fenatac (Federação Interestadual das Empresas de Transportes de Cargas e Logística). Coube a ele conduzir Roberto Suárez na visita às instalações da unidade operacional, momento em que percorreram salas de aula e os consultórios onde ocorrem os atendimentos odontológicos e de fisioterapia. No final, o representante da OIE experimentou o simulador de direção de ônibus e caminhões, assim como o simulador aéreo.  

Busca por mão de obra qualificada

Um assunto se destacou durante a visita do secretário-geral da OIE: a escassez de mão de obra qualificada e, mais especificamente, a falta de motoristas profissionais. O tema, que é percebido como um risco importante para o setor de transporte brasileiro, conforme pesquisa da CNT, foi discutido pela bancada dos empregadores durante a 11ª Conferência Internacional do Trabalho, no ano passado.

“O Sistema Transporte entende que empresas fortes são aquelas que contam com trabalhadores qualificados. Hoje, o que o setor mais precisa é de motoristas. A faixa etária média desse profissional é 55 anos; e há dificuldade para atrair os mais jovens”, observou a diretora Nicole Goulart.

A dificuldade de contratar ocorre tanto no segmento de transporte de cargas (65% se queixam de vagas abertas que não são preenchidas) quanto do transporte de passageiros, conforme ilustrou o diretor Bruno Batista.  

Diante do panorama, Roberto Suárez se mostrou interessado e aberto para conhecer, em detalhes, as iniciativas do Sistema Transporte relacionadas à capacitação de mão de obra, aos treinamentos, à educação executiva e ao portfólio de cursos técnicos.