Uso de big data impõe desafios à mobilidade urbana no Brasil


CNT participa de debate sobre o tema durante o 2º Seminário Mobilidade Urbana, realizado pelo jornal Folha de S.Paulo

Tema contemporâneo da tecnologia mundial, o uso de big data já possui múltiplas aplicações no setor de transporte, sobretudo em relação à mobilidade urbana. Diversas empresas começam a desenvolver soluções para aproveitamento dos dados gerados por frotas de veículos e otimização do trânsito nas principais metrópoles do mundo. Entretanto, mesmo diante de tantas aplicações, surgem os seguintes questionamentos: como gerenciar a imensa quantidade de informações geradas a partir de sensores e aplicativos de celulares e qual a infraestrutura de redes necessária para captá-los?

Esse foi um dos assuntos tratados no 2º Seminário Mobilidade Urbana, realizado pelo jornal Folha de S.Paulo, na última segunda-feira (22), na capital paulista. “Em 1949, o autor George Orwell tratou do controle da população por meio de uma tela no clássico livro 1984.  O controle era feito pelo big brother (grande irmão, na tradução livre). De lá para cá, ele jamais poderia imaginar que uma situação dessa pudesse ser aplicada de maneira ostensiva. Os celulares já fazem o papel do big brother. Passamos do big brother para o big data”, afirmou o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, durante a mesa “Big data para o gerenciamento do trânsito”.


Batista ressaltou que existem previsões de que cerca de 20 bilhões de smartphones estarão conectados em 2020, o que, segundo ele, irá causar um impacto enorme no trânsito das grandes cidades. “Já é possível traçar padrões de mobilidade por meio da realidade ampliada. Aplicativos avistam acidentes, recalculam rotas e vêm dando grande dinamismo ao fluxo de veículos”, exemplificou o diretor-executivo da CNT.

Ele alertou, no entanto, que, embora o número de dispositivos geradores de dados seja crescente, é essencial o desenvolvimento de uma grande rede para gerenciar essas informações. Segundo Batista, cada veículo vai chegar a gerar uma média de 25 GB de dados por dia. “Isso é muita coisa para a estrutura que temos, que é 4G. Precisamos de uma rede robusta, além da expertise para análise dos dados”, concluiu.

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