Nova BR-381


Lideranças mineiras lançam movimento para monitorar obras de duplicação da rodovia, dos editais até a sua conclusão

A mobilização dos mineiros tem se mostrado fundamental na defesa dos mais legítimos interesses do estado. Estamos unidos em torno da Agenda de Convergência para o Desenvolvimento de Minas Gerais, documento que explicita a posição da sociedade em relação a programas e projetos estratégicos para a nossa economia e cuja viabilização depende do apoio e da ação do governo federal. Nessa agenda, com destaque, está a cobrança para a realização das obras de duplicação da BR-381, que conta agora com uma ação específica de mobilização.

Em 21 de março, foi lançado o Movimento Nova 381, para monitorar as obras da duplicação da estrada, da fase de editais até sua conclusão. Essa ação, coordenada pelas Regionais da Fiemg do Vale do Aço e do Rio Doce e executada em parceria com as entidades de classe empresariais do estado, busca promover o desenvolvimento socioeconômico de Minas a partir das oportunidades de negócios que podem ser criadas com a adequação da rodovia.

O movimento de mobilização tem como base a cooperação. Prioriza o trabalho coletivo e participativo. A transparência é um de seus pilares e, dentro do ideal de comunicar com clareza, objetividade e verdade, foi montado o site www.nova381.com.br, pelo qual as pessoas podem conhecer detalhes e se engajar no movimento, que tem potencial de gerar transformação ambiental, social e econômica significativas para o estado de Minas Gerais. A BR-381 é uma rodovia de extrema importância econômica para o país, por ligar os estados do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. O trecho de Belo Horizonte à divisa do estado de Minas Gerais com o Espírito Santo é o que possui as piores condições de tráfego de toda a malha rodoviária brasileira.

O traçado sinuoso em pistas simples em boa parte do trajeto, aliado ao intenso volume de tráfego, tornou a BR-381 Norte uma das rodovias mais perigosas do Brasil. Na mesma semana do lançamento do movimento, nós, da Fiemg, vivenciamos essa triste realidade e quase perdemos a pessoa que me ajuda a dar corpo a estes artigos, o jornalista Danilo Andrade. Graças a Deus, ele se recupera bem de acidente na própria 381. Para a economia, a duplicação da BR-381 é obra indispensável para facilitar o escoamento da produção das empresas mineiras e para o recebimento de insumos necessários à sua operação. A BR-381 Norte é um importante elo entre as rodovias do Sudeste e do Nordeste do país, e único eixo de ligação do vetor leste de Minas Gerais com seus importantes parques industriais, destacadamente no Vale do Aço e no Vale do Rio Doce, à Região Sudeste e o Sul do país.

As entidades de classe empresariais mineiras, parceiras na Agenda de Convergência para o Desenvolvimento de Minas Gerais e no Movimento Nova 381, enxergam na duplicação da rodovia uma oportunidade de transformá-la completamente. A ideia é que de simples via de escoamento de carga ela passe a ser uma rota de desenvolvimento. É possível, com trabalho conjunto e benfeito, fazer com que a sua qualidade seja fator de atração de negócios para os municípios por onde ela passa e para toda a Minas Gerais. Um salto de qualidade no ambiente empresarial e, principalmente, na qualidade de vida de todos os mineiros.

Do ponto de vista social, aliás, a duplicação da BR-381 é mais que fundamental e urgente, na exata medida em que se converteu, ao longo dos últimos anos, em palco de grandes e graves acidentes, a ponto de ser chamada Rodovia da Morte. Anualmente, mais de R$ 200 milhões são gastos no atendimento de acidentados somente no trecho entre Belo Horizonte e o Espírito Santo. Em junho do ano passado, em evento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, a presidente Dilma Rousseff anunciou a liberação de recursos para as obras de duplicação da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Em 31 de outubro de 2012, o Dnit lançou o primeiro conjunto de editais para a realização da obra, suspenso pouco depois para responder aos questionamentos técnicos realizados por empresas participantes do edital. Agora, novamente temos o processo em andamento.

O anúncio de investimentos em obras rodoviárias no estado representa, sem dúvida, um alento, no entanto, eles exigem da sociedade mineira rigoroso acompanhamento e vigilância, uma vez que promessas foram feitas muitas outras vezes no passado, sem qualquer consequência objetiva. Com uma mobilização coordenada, podemos dar nossa contribuição para que Minas Gerais consiga superar os entraves que limitam seu crescimento sustentável.

Autor: Olavo Machado - Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Sistema Fiemg) Fonte: Jornal Estado de Minas