Medicamentos podem interferir na capacidade de dirigir


Alguns medicamentos, como analgésicos, antidepressivos, antialérgicos, relaxantes musculares, entre outros, podem comprometer a aptidão de condutores e pedestres e, assim, ocasionar acidentes.

 

esmo sem uma regulamentação específica sobre o uso de medicamentos e direção de veículos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a utilização de medicamentos antes de pegar o volante deve ser bem avaliada. Segundo a professora da Faculdade de Medicina do Tráfego da USP (Universidade de São Paulo), Vilma Leyton, a utilização de certos medicamentos tem efeitos nocivos sobre a concentração, a coordenação motora, a vigília e os reflexos.

Os efeitos podem ser semelhantes aos provocados pela ingestão de bebida alcoólica. Essa questão também abarca os pedestres, já que a falta de atenção ao atravessar uma via, por exemplo, pode causar acidentes.

Entre os medicamentos que podem interferir nas habilidades necessárias para uma direção e tráfego seguros no trânsito, estão os antidepressivos (fluoxetina, amitriptilina), ansiolíticos e sedativos (diazepam, lorazepam), antialérgicos (dexclorfeniramina), anticonvulsivantes (carbamazepina, fenobarbital), medicamentos que reduzem a glicose no sangue (glibenclamida, gliclazida), analgésicos opioides (tramadol, metadona), relaxantes musculares (ciclobenzaprina, orfenadrina) e alguns antiparasitários (praziquantel), sendo alguns deles conhecidos como "tarja preta".

Sendo assim, é recomendado que as pessoas que fazem uso de medicamentos busquem sempre a orientação de médicos e farmacêuticos, incluindo quanto aos cuidados que devem adotar em relação à condução de veículos enquanto fazem o tratamento.

“Os usuários de medicamentos devem estar atentos ao que sentem após tomá-los. Se apresentarem algum sintoma que coloque em dúvida seu desempenho seguro ao volante, o recomendado é evitar dirigir. É importante frisar que nenhum tratamento deve ser interrompido sem orientação profissional”, ressalta Vilma.

A diretora da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Rita Moura, salienta que é preciso ampliar as orientações sobre os riscos que o uso de alguns medicamentos, considerados simples, pode causar. “Qualquer paciente deve ser informado sobre as reações dos remédios que estão sendo receitados. E, muitas vezes, isso não é explicado nas consultas.”

Para ela, essa sensibilidade deve partir tanto do profissional de saúde quanto do paciente, que precisa informar sobre a atividade que exerce. “O médico precisa ter o cuidado em informar, porém o motorista também precisa analisar sua situação antes de pegar o carro e dirigir.”

 

Sobre a série

A Agência CNT de notícias começou, nessa terça-feira (13), uma série sobre doenças e medicamentos que afetam a capacidade de conduzir veículos, na esteira de recentes episódios com condutores que sofreram algum mal súbito durante a direção. Na matéria desta quarta-feira (14), destacamos especificamente a influência de medicamentos nessa prática tão corriqueira na vida das pessoas.

Confira a matéria completa no site da CNT.

 

Com informações da Agência CNT de notícias